Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
O anúncio, na manhã de ontem, de que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será totalmente digital até 2026 repercutiu de diferentes maneiras entre estudantes e professores em Santa Maria. A proposta, apresentada em uma coletiva do Ministério da Educação (MEC), é de uma implementação progressiva.
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A versão digital será aplicada em fase piloto de forma opcional. O principal argumento do governo é que a novidade vai permitir a utilização de novos tipos de questões com vídeos, infográficos e até a lógica dos games. A expectativa é que haja uma redução de custo de papel. Hoje, o MEC gasta, em média, R$ 500 milhões no processo de confecção da prova e logística.
A redução do uso de papel também é um ponto positivo destacado pela estudante Carolina Marolli, 18 anos. Para ela, o impacto para o meio ambiente é muito positivo, apesar de considerar que a prova possa ficar mais cansativa. Para Davi Lodi, 18 anos, a mudança poderá aumentar a desigualdade entre os candidatos que vêm da escola privada e aqueles das escolas públicas, justamente pela diferença no acesso à informática e aos recursos tecnológicos.
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A estudante Julia Biesek Jacques, 19 anos, avalia que uma prova digital amplia as possibilidades de questões, mas defende que o Enem deve ser o reflexo da realidade do Ensino Médio. Para ela, não adianta investir em uma prova digital se a tecnologia ainda está longe dos alunos em muitas escolas.
Confira, no vídeo abaixo, as opiniões:
AS FASES DE IMPLANTAÇÃO
2019
- A prova continua da forma como é feita hoje, ou seja, em papel
2020
- Segundo o MEC, o modelo digital será aplicado em fase piloto para 50 mil pessoas em 15 capitais do país. Neste ano, o Enem terá três aplicações: a digital, a regular e a reaplicação - esta é voltada a candidatos prejudicados por algum problema logístico ou de infraestrutura durante a realização da prova digital. Eles terão direito à reaplicação, que será em papel
- O exame será aplicado em dois domingos, 11 e 18 de outubro, no formato digital. O Enem regular, em papel, será aplicado aos demais estudantes nos dias 1º e 8 de novembro
- O projeto-piloto da prova digital será aplicado em Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP)
2021
- Serão realizadas duas aplicações digitais opcionais, em datas distintas, agendadas previamente, além de duas aplicações em papel (uma regular e uma reaplicação)
2022 a 2025
- Nesse período, a ideia é fazer até quatro aplicações digitais mais as duas aplicações em papel
2026
- O MEC prevê aplicações regulares, distribuídas ao longo do ano, além da reaplicação também no modelo digital